A equipe do Instituto BW e o Grupo de Estudos de Mamíferos Marinhos da Região dos Lagos (GEMMLagos), com apoio da Secretaria de Ambiente e da Secretaria adjunta de Serviços Públicos realizaram, nesta sexta-feira (21), o exame necroscópico e retirada de uma baleia-jubarte (Megaptera Novaeangliae), que encalhou na praia do Barreto, no final da tarde de quinta (20. O exame permite compreender qual é a causa da morte do animal.
A baleia-jubarte nasceu em águas brasileiras, como a maioria dos nascimentos que ocorrem no período compreendido entre julho a novembro. O tamanho ao nascer varia entre 4 a 4,5 m e chega ao peso de uma tonelada. Ao final da temporada já quase dobra de tamanho. Nessa fase de vida esses mamíferos marinhos são muito vulneráveis, podendo se perder da mãe durante tempestades ou mesmo serem atacados por orcas ou tubarões.
Segundo o professor Salvatore Siciliano, do GEMMLagos, essa é apontada como uma das causas da migração das baleias-jubarte para águas mais quentes e rasas. ”Elas fogem de predadores, como as orcas, muito mais abundantes nas águas antárticas e subantárticas. Além de refúgio, as águas mais quentes garantem um rápido crescimento dos filhotes que logo vão ganhar independência da mãe, ou seja, no próximo ano, com cerca de nove metros de comprimento, já vão estar nadando sozinhas”, disse.
As baleias-jubarte realizam extensas migrações anuais entre áreas de alimentação nos pólos, ou seja, em águas frias e ricas em alimento, para áreas de reprodução, e cria de filhotes em águas mais quentes, onde os filhotes ganham peso e tamanho para retornarem aos pólos. A migração ocorre de maio a novembro, com picos em junho, julho e agosto, quando passam bem próximas à costa.
Por Ascom Instituto BW
Após uma redução drástica das populações em função da caça, quando menos de 1.500 baleias podiam ser encontradas na costa brasileira nos anos 70, essa população vem se recuperando e hoje alcança mais de 25 mil baleias. Inevitavelmente algumas vão acabar encalhando devido a causas naturais ou ações antrópicas, como poluições química e sonora.
De acordo com a médica veterinária Paula Baldassin, do Instituto BW, o exame necroscópico é fundamental para que seja possível entender o que levou o animal ao óbito. Todo o material biológico é coletado e analisado, desde conteúdo alimentar até exames histológicos.
O GEMM-Lagos e o Instituto BW realizam o projeto de monitoramento de praias no Estado do Rio de Janeiro que faz parte das exigências estabelecidas pelo processo de licenciamento ambiental federal da Agência Nacional do Meio Ambiente (Ibama), para exploração de óleo e gás pela Petrobras na Bacia de Campos área do pré-sal.