Durante a Campanha Setembro Púrpura, a Sociedade Brasileira de Patologia (SBP) faz um alerta sobre os tumores no colo uterino, endométrio e ovário
Câncer ginecológico é um nome dado a vários tipos de tumores malignos que acometem o aparelho reprodutor feminino. Entre os três mais frequentes, estão os de colo do útero, endométrio e ovário. Durante a Campanha Setembro Púrpura, dedicada ao combate deste tipo de tumor, a Sociedade Brasileira de Patologia (SBP) destaca a importância da prevenção e principalmente do diagnóstico precoce.
No Brasil, apenas neste ano, a estimativa é que esses três tipos de câncer devem acometer mais de 32 mil mulheres, o que representa 13,2% de todos os casos da neoplasia diagnosticados no gênero feminino, sendo mais de 17 mil casos de câncer de colo de útero, 7.840 de endométrio e 7.310 pacientes com o tumor no ovário, segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA).
“Apesar dos números preocupantes, esses tipos de câncer podem ser evitados e tratados”, diz o presidente da SBP, Clóvis Klock. “O diagnóstico precoce é primordial para identificar a aplicação de tratamentos mais rápidos. É importante ficar atento aos sinais, mas principalmente fazer exames de rotina. Quanto mais cedo a doença for identificada, menos agressivo será o tratamento”, afirmou.
A obesidade é o principal fator de risco do câncer de endométrio, já que o tecido adiposo pode produzir hormônios, como o estrogênio, capazes de estimular as células do endométrio. Enquanto o câncer de ovário pode estar ligado a fatores hormonais, ambientais e genéticos, sendo o histórico familiar o fator de risco isolado mais importante. Já para o câncer de colo do útero, a principal causa é o papilomavírus humano (HPV, na sigla em inglês).
HPV – Para o presidente da SBP, o rastreamento realizado através do teste molecular para identificar o vírus HPV, como já realizado em projeto piloto em Pernambuco, pode ser um aliado do rastreio do câncer de colo do útero, juntamente com o exame de Papanicolau. “Sem dúvida, os exames para identificação do HPV e a detecção precoce da doença são grandes aliados no combate a essa doença e ajudam a evitar esse tipo de tumor em mulheres”, diz o médico patologista, lembrando a importância primordial da vacinação de meninas e meninos de 9 a 14 anos contra HPV como importante meio de prevenção contra a doença.
Em relação ao câncer de endométrio, é preciso fazer a ultrassonografia transvaginal e histeroscopia para identificá-lo. Já o tumor no ovário também pode ser detectado através da ultrassonografia transvaginal, além do exame de sangue (marcador tumoral CA-125). Para a confirmação definitiva dos três tipos de câncer, é necessária a análise das células da biópsia, realizada pelo médico patologista.
Entre os principais sintomas, é preciso ficar atento se houver dores pélvica ou intensas e persistentes na parte inferior das costas, pressão abaixo do umbigo, inchaço abdominal e flatulência, sangramento vaginal anormal, febre que dure mais de sete dias, dores de estômago ou alterações intestinais e perda de peso excessiva ou repentina.
Outros sinais podem ser: anormalidades na vulva e na vagina, como feridas, bolhas ou alteração de cor, alterações na mama, como dor, secreção, nódulos, vermelhidão ou inchaço e também a fadiga, que pode ser frequente em casos de câncer mais avançados. Alguns destes sinais podem ser confundidos com outras doenças, por isso é preciso redobrar a atenção.
Sobre a SBP
Fundada em 1954, a Sociedade Brasileira de Patologia (SBP) tem o objetivo de promover a integração e educação continuada dos médicos especialistas da área, priorizando sempre a comunicação e o aprimoramento técnico-científico. Desde o início de suas atividades, a associação promove, a cada dois anos, o Congresso Brasileiro de Patologia, que em 2024 chegará à sua 34ª edição. A SBP também produz o jornal “O Patologista”, um informativo com notícias sobre a especialidade, com periodicidade trimestral.